domingo, 22 de abril de 2007

CULTIVO DE SAUDADES


Desperto sob ventos outonais,
estranho, só, refém da nostalgia.
Sofro da dor a sua liturgia;
sofro por ti que não verei jamais!

Rompendo histórias ásperas, vazias,
perdi alguns dos liames ancestrais.
Cercado de lamentos, tristes ais,
ando farrapo alhures, noite e dia!

Não consegui trazer-te à minha essência,
malgrado a luta que lavrou feridas,
sob tantas mentiras e verdades!

Deixaste-me de herança a tua ausência
e o castigo das noites mal dormidas.
Hoje me entrego a cultivar saudades!

(Antonio Kleber)

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